O ano está começando e é um ótimo período para começar um hábito novo também, estamos com essa energia de mudança, de começar e tentar coisas novas e, se uma das coisas que você tem vontade de fazer é adotar uma dieta vegetariana, neste mês farei uma série de posts para te ajudar.
Qual é a sua motivação
Antes de mais nada, é importante pensar na sua motivação para adotar uma dieta vegetariana. Muitas pessoas já vieram me perguntar como eu consegui e como continuo mantendo a determinação por tanto tempo, já vi muita gente ter vontade e não aguentar ficar sem comer carne nem por uma semana. É importante ter claro em sua mente aquilo que te levou a ter vontade de não consumir mais alimentos de origem animal para que você não fique passando vontade, na verdade, se você gosta muito de carne, vale a pena avaliar se você quer mesmo ser vegetariano, talvez diminuir o consumo seja uma ideia melhor.
A minha motivação é uma que torna tudo mais simples para mim: eu simplesmente tenho nojo de carne, mas mesmo assim eu tive algumas dificuldades.
Minha história
Eu só fui ter noção do que carne era realmente quando eu vi minha mãe preparar língua de boi. Antes disso, nunca tinha pensado em um bife como algo além de comida. Eu estava chegando na cozinha no mesmo instante que a minha mãe desembrulhava a compra no açougue; quando eu vi aquela língua enorme e azul em cima da pia, foi quando eu passei a me dar conta de que aquilo que eu comia junto com batatas, era um pedaço de um cadáver de um animal e à partir daí, comecei a chorar todas as vezes que minha mãe pedia para eu pegar uma bandeja de carne crua no açougue.
Eu era bem pequena quando isso aconteceu, portanto, demorou anos para desenvolver uma consciência sobre tudo. Não comia mais língua de boi, mas não sabia o que era um bife, ao longo dos anos é que fui descobrindo e deixando de comer certos tipos de carne.
O nojo veio mesmo quando assisti uma matéria na TV sobre carnes que tinham vermes como a Solitária. Eles mostravam um pedaço de bife cru que continha a bichinha e eu estava comendo um bife frito bem na hora. Comecei a olhar pro pedaço no meu garfo e fiquei reparando nos detalhes, não deu outra, não consegui mais comer.
Eu só soube sobre o vegetarianismo bem mais tarde. Não se falava muito sobre o assunto nas mídias que eu consumia, a internet ainda não era acessível aqui, mas eu assistia muita TV e ainda assim, foi só quando eu vi um exemplar da revista Vegetarianos na banca é que eu tomei consciência que isso existia e decidi que queria ser vegetariana.
Minhas dificuldades
Quando anunciei para minha família que eu me tornaria vegetariana, eu tinha dezessete anos e todos ficaram muito assustados. Como comentei antes, não se falava muito sobre o assunto e o maior conhecimento que se tinha era que a Xuxa teve anemia porque era vegetariana. Minha mãe ficava falando que eu ficaria doente, meu pai pedia para os outros tirarem essa ideia da minha cabeça, criou-se um caos em casa. Como era minha mãe que cozinhava, ela acabava me forçando a comer carne e confesso que fiquei um pouco assustada sim. No fim das contas, foi só quando conheci uma pessoa vegetariana, quatro anos depois, é que eu aprendi onde encontrar informações corretas e pude adotar a dieta vegetariana de maneira responsável.
Um fato engraçado é que eu gostava de coxinha de frango com catupiry e pensei que seria difícil parar de consumir esta iguaria, achei que eu iria apenas parar de comer carne vermelha até que um dia, eu estava já na metade da coxinha quando eu decidi cheirá-la. Um cheiro de meia suada me deu um soco no nariz e depois disso, nunca mais consegui comer nada de frango de novo. Nascia então uma nova ovolactovegetariana.
Escolha o tipo de vegetarianismo que mais combina com sua motivação
Existem vários
tipos de dietas vegetarianas, como eu explico melhor neste post. Talvez a sua motivação seja a saúde, talvez a compaixão pelos animais, seja qual for, talvez seja interessante não cortar os alimentos de origem animal todos de uma vez, tornando mais fácil a sua transição e não permitindo que você acabe desistindo.
Além do nojo, também sinto muita pena dos bichinhos, ainda mais depois de descobrir vários horrores nos abatedouros. Escolhi continuar comendo ovo porque, além de ser um alimento versátil e completo, não acho que seja cruel com a galinha, já que elas botam ovos "do nada". Consumimos apenas os ovos não galados, então, não estamos impedindo um pintinho de nascer. Seria ideal criar uma galinha em casa, como não posso, só consumo ovos de galinhas criadas soltas.
Ainda tomo leite porque eu gosto e é um costume que ainda não consegui me desabituar; já tentei substituir pelo leite de soja, mas fico desconfiada com tanta controvérsia em cima desse grão. Leites veganos são caríssimos, não dá para comprar sempre. Ainda por cima, amo queijos. Sei que as vacas sofrem muito pela produção de leite e meu objetivo é diminuir bem o consumo de leite de origem animal e fazer leites veganos em casa, mas enquanto não consigo, prefiro seguir o ovolactovegetarianismo mesmo.
Dê uma olhada no
post sobre os diferentes tipos de vegetarianismo e veja com qual se identifica mais. E se você acha que terá muita dificuldade em não comer carne, que tal começar diminuindo o consumo? Você pode participar do movimento #segundasemcarne, em que toda segunda-feira você só come alimentos vegetais e então, partir daí. É melhor começar devagar e se manter constante, do que ser radical e desistir no caminho. Veja aqui no blog algumas
receitas vegetarianas para você começar.
No próximo post, falarei sobre os mitos e verdades sobre o vegetarianismo! Fique ligado!
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